Desde pequenos
nossos pais insistem bravamente que é proibido roubar. É feio, é pecado, é
crime. Escutamos isso desde os primeiros passos, primeiras quedas, primeiras
conversas. Crescemos naquela certeza que, assim como nós, os preceitos de moral
e ética vão povoar nossas vidas e daqueles que nos cercam.
Já dizia um
pensador que quem rouba um tostão rouba um milhão. Há controvérsias. Digamos
que, no meio da diversidade das mentes humanas, vemos constantemente pessoas
que tem por hábito, ou por ignorância, dar graduações para o que se pode ou não
tomar posse. Para essas, não é permitido roubar um carro, mas é completamente
normal apossar-se de um sentimento. Sim, porque roubar um texto, uma poesia,
uma fotografia é tirar do autor, o que ele sentia naquele exato instante que
sua emoção brotou. Foi naquele texto, naquela imagem que colocou todas as
flores de seu coração para fora ou todas as lágrimas ancoradas em seus olhos, a
fim de disponibilizar arte aos seus semelhantes ou até a ele mesmo.
Desde quando é
permitido arrancar de alguém a alma? É na alma que nasce cada pequena linha,
cada pequeno “flash” de criatividade, de beleza, de riscos que formatam um
desenho, de ângulos sublimes de uma foto, ou de notas de uma canção.
Todos pensam
que escritores e artistas são pessoas nobres, célebres e que detêm a admiração
e simpatia do povo. Nem sempre. Quase nunca. A maioria dos poetas, escritores e
profissionais da arte são completamente anônimos, não vivem de seu talento,
alguns são odiados por sua ideologia, outros nunca foram vistos.
Pergunto,
portanto: porque alguém quer ser um deles?
No enfoque do
plagiador, ele não sabe fazer, mas quer ser admirado por algo tão belo.
Na visão do
artista, que respira sensibilidade e emoção, ninguém poderá ser ele mesmo.
Ninguém possui sua vida, sua essência, sua verdade, seu espírito ilustrado.
Atualmente com
a rapidez das informações “voando” pela Internet, assim como, com as redes
sociais que interligam em segundos, palavras e imagens, o plágio sentiu-se em
casa.
Modificar um
texto, recortar uma imagem, tirar a autoria de um “card” ou de uma música está
virando rotina e pode ser feito até por crianças. Crianças? Mas não são com
elas que começamos a ensinar o que é feio, é crime, é pecado? Elas estão em
todos os cantos da globosfera, clicando em cada link, aprendendo cada macete
disponibilizado por adultos mal formados e mal informados.
Somos
responsáveis por criar ou não mais plagiadores, precisamos buscar alternativas
que impeçam os imbecis adultos de hoje de se apoderarem de sentimentos alheios,
de corações onde nascem esperanças transcritas, imagens veladas de emoções,
poesias choradas à beira de travesseiros e de leitos hostis.
A pluralidade
da leitura é para todos, mas a unicidade de uma obra só pertence a quem a pariu. Plágio não é apenas crime. Ele fere, machuca,
ofende e desampara o verdadeiro dono.
Aplique-se a
lei. Corrija-se o homem. Brade-se pela justiça.
Não é preciso
muito. Faz-se necessário apenas, a esses indivíduos, retirar sua mediocridade
de cena e ter vergonha na cara! Ou podem ainda nascer de novo, quem sabe com
talento e dignidade dessa vez!
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