Ah, o silêncio... Não conheço
nenhuma forma mais profunda de emoção latente. Aquele olhar de uma criança que
nada entende, o vazio de um quarto que dorme, o eco que enquadra um campo... Ele
sempre me cabe, me aquieta, me preenche, como gotas pequenas de orvalho que
juntas formam um filete de água límpida acordando aquela pequena flor nascida
em algum vão de terra. Por vezes, encho minhas mãos de silêncio e o faço ninar
em meu peito, a fim de que ele nunca fuja e que ao meu redor a paz trazida seja
sempre recorrente. É no silêncio que meus versos nascem, minha dor se acalma,
meu amor multiplica... Como se eu parisse sentimentos sem dor, visse todas as
cores que o escuro contém, experimentasse a incrível certeza de viver
plenamente minha própria alma. Não há de
se ter receio de vivenciar o silêncio. Não é nenhuma dor algoz, nem sangra em
prantos, é apenas escolha, são sonhos em folhas que sanam enganos. E nos gritos do silêncio, que quebram todas as
janelas do peito, enfim, posso nascer reinventada, sentir todos os cheiros, praticar todos
os verbos... E assim caminho, cerzindo meu silêncio ao meu amor mais profundo, numa
mistura estranhamente perfeita que faz disso tudo, meu melhor e maior barulho!
Ka Santos
Lindo texto e blogue, Ka...
ResponderExcluirPrazer em te "encontrar", num feliz acaso da postagem no FB.
Bjo na alma :)
Lindo!
ResponderExcluirVisite meu blog.
Linda semana! Beijos!
Sublime,num ato solene minha alma saúda a sua bela alma
ResponderExcluiriluminada de elevada arte.
Maravilhoso,grande poetisa.
Bom dia, Ka. Apesar de você ter sumido literalmente de tudo, ainda continuo gostando do que escreves. Tem força, sensibilidade e beleza!
ResponderExcluirVocê diz o que tem de ser dito de uma forma melodiosa que prende a atenção.
O silêncio, sempre necessário, falado por muitos poetas, cada qual com uma visão, é o combustível para alimentar as nossas forças, pensamentos e decisões.
Beijos na alma e fique na paz!